
Com o aumento da aversão ao risco global, o dólar teve uma alta considerável frente ao real, que registrou sua maior desvalorização diante das principais moedas internacionais.
Neste cenário de incerteza econômica, o impacto das políticas tarifárias de Donald Trump e a queda nas commodities estão testando a resistência da moeda brasileira.
Dólar dispara com tarifas dos EUA contra a China
O dólar teve uma alta considerável frente ao real nesta terça-feira (8), após a confirmação de tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações chinesas.
Com a moeda americana fechando a R$ 5,998, uma alta de 1,49%, o real foi a moeda que mais perdeu valor diante das principais divisas globais.
Impacto das tarifas e a busca por segurança
A principal razão para a escalada do dólar está na aversão ao risco dos investidores, que buscam segurança em meio às incertezas geradas pelas tarifas de Trump.
O especialista Thiago Avallone, da Manchester Investimentos, acredita que essa oscilação é reflexo direto da política econômica adotada pelo governo dos EUA.
Embora as tarifas estejam impactando o mercado, ele acredita que haverá um momento de diálogo entre os países para revisar as taxas.
Queda das commodities
Além da política tarifária, a queda no preço das commodities tem pressionado ainda mais o real.
O preço do petróleo e do minério de ferro recuaram consideravelmente nas últimas semanas, o que resultou na diminuição de dólares no mercado brasileiro.
O Brasil, dependente da exportação de produtos como petróleo e minério, tem enfrentado uma perda de competitividade no cenário global.
Cenário global e reflexos no Brasil
Embora o Brasil esteja sofrendo com a queda das commodities, especialistas como José Faria Júnior, da Wagner Investimentos, explicam que o movimento é global, afetando principalmente países com economias atreladas à China e à commodities.
O câmbio brasileiro também tem enfrentado um teste de elasticidade, com choques internos e externos impactando a moeda.
Conclusão
O impacto das tarifas de Trump e a queda das commodities estão gerando um cenário desafiador para o real, enquanto o dólar se beneficia da busca por segurança no mercado global.
O Brasil está sentindo os efeitos dessa volatilidade, mas a realocação de portfólio e o comportamento do mercado indicam que este é um momento de adaptação para os investidores.