
O mercado de ações dos Estados Unidos, que por décadas foi considerado o padrão ouro para os investidores, está enfrentando uma mudança significativa, impulsionada pelas políticas econômicas do presidente Donald Trump.
Com isso, muitos investidores estão se afastando das ações americanas e buscando alternativas na Europa e na Ásia.
Queda na alocação para ações dos EUA
Segundo uma pesquisa do Bank of America, o índice de alocação para ações dos EUA registrou a maior queda desde o início da coleta de dados, em 1999.
A pesquisa também revelou um aumento significativo na alocação para ações europeias, com um maior interesse por investimentos fora dos Estados Unidos.
Analistas apontam que os investidores acreditam que o excepcionalismo dos EUA pode ter atingido o seu pico, contribuindo para essa mudança no sentimento de mercado.
Políticas de Trump e a percepção do mercado
O impacto das políticas de Trump, especialmente no que se refere a tarifas e à política externa, tem levado os investidores a reavaliar suas perspectivas sobre a estabilidade dos mercados dos EUA.
A incerteza crescente em torno da economia americana, como refletido no aumento do índice de incerteza política, está contribuindo para uma mudança no apetite por risco dos investidores.
Empresas como a FedEx também estão sinalizando dificuldades à frente, com a empresa revisando suas projeções de lucros para o ano e reduzindo suas expectativas devido à incerteza econômica.
As políticas tarifárias de Trump, além de criarem turbulência no mercado, dificultam o planejamento de longo prazo para as empresas.
A Europa e o crescimento econômico
Enquanto o cenário nos Estados Unidos permanece incerto, a Europa parece estar experimentando uma relativa estabilidade econômica.
A mudança na política externa dos EUA, particularmente em relação à Ucrânia, estimulou um aumento significativo nos gastos com defesa na Europa, impulsionando as ações europeias.
O índice DAX da Alemanha, por exemplo, registrou um ganho de 15% este ano.
Aquecimento da economia chinesa
A China também tem se beneficiado da resposta das políticas tarifárias dos EUA.
O governo chinês implementou um “plano de ação especial” para estimular os gastos do consumidor, o que resultou em um desempenho positivo nas ações chinesas.
O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 18% este ano.
Desempenho das ações tecnológicas
O impacto das tarifas de Trump nas empresas de tecnologia também tem sido significativo.
A maioria das ações do “Magnificent Seven” (empresas como Google, Amazon, Apple, Nvidia, Tesla e Microsoft) teve um desempenho negativo este ano, com algumas apresentando quedas de mais de 10%.
A controvérsia em torno do mercado de Inteligência Artificial (IA), com o modelo de IA da DeepSeek, também gerou turbulência entre os investidores, especialmente após a chegada de competidores como a chinesa BYD no setor de veículos elétricos.
Conclusão
O impacto das políticas de Trump está se fazendo sentir não apenas nos mercados americanos, mas também em escala global, com investidores buscando alternativas em mercados mais estáveis como a Europa e a Ásia.
A incerteza em torno das tarifas, da política comercial e das perspectivas econômicas dos EUA continua a afetar o sentimento dos investidores, resultando em uma diminuição da alocação em ações dos EUA e uma diversificação crescente para mercados fora do país.
A resposta da China e da Europa a essas políticas tarifárias pode indicar um movimento maior em direção a uma nova dinâmica econômica global, onde os mercados emergentes ganham mais destaque.