
Nos últimos tempos, o cenário das políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) tem se alterado drasticamente, especialmente nos EUA, porém no Brasil ele vêm se mantendo.
Gigantes de tecnologia como Google, Meta e Amazon, anteriormente líderes na promoção de iniciativas DEI, começaram a reduzir suas ações ou até a descontinuar políticas relacionadas a esses temas.
O recuo nos EUA
Em 2024, empresas como o Google e a Amazon, que por anos foram reconhecidas como defensoras de políticas inclusivas, mudaram de rumo.
Esse movimento é visto como parte de um corte geral de custos, afetando também os programas de DEI.
O impacto da gestão de Donald Trump, especialmente com a política de restrição ao uso de cotas raciais e regras para aumentar a diversidade nas empresas da Nasdaq, tem fortalecido essa mudança de direção.
O recuo tem sido alimentado também pelo foco da administração americana em outras prioridades econômicas.
O cenário brasileiro e as políticas DEI
Em contrapartida, no Brasil, as políticas de DEI têm sido consolidando-se de forma crescente, tanto no âmbito público quanto privado.
O Brasil, com sua rica diversidade étnica, regional, de gênero e social, é um país que, segundo especialistas, não pode ignorar essas realidades.
A natureza do país exige que as empresas se alinhem com um mercado que demanda inclusividade e equidade.
Além disso, o Brasil tem garantias legais, como a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência e as cotas raciais em universidades públicas, que facilitam a entrada de grupos historicamente marginalizados.
A Lei de Igualdade Salarial sancionada em 2023 também trouxe avanços para a equidade de gênero no mercado de trabalho.
Empresas brasileiras seguem comprometidas com a DEI
Em resposta aos recuos observados nos Estados Unidos, algumas empresas brasileiras, como a Natura, reforçaram seu compromisso com as questões sociais e ambientais.
A companhia publicou, em janeiro de 2025, um manifesto reafirmando seus compromissos com a construção de um mundo mais justo, com foco em diversidade e inclusão.
A Natura não apenas manteve suas metas de contratação inclusivas, mas também atingiu importantes marcos, como a eliminação da diferença salarial por gênero e raça.
Além de alcançar 30,8% de contratações de pessoas negras em 2024, com 26,7% dessas contratações sendo para cargos de liderança.
Conclusão
Enquanto o ambiente nos Estados Unidos parece estar se distanciando de políticas de diversidade e inclusão, as empresas brasileiras, respaldadas por um contexto sociocultural e jurídico único, continuam a investir em estratégias inclusivas e equitativas.
Essas empresas, como a Natura, têm se adaptado à realidade brasileira e reforçado seu compromisso com as políticas de DEI, reconhecendo a importância dessa agenda para o futuro do mercado.
No Brasil, a diversidade não é apenas uma responsabilidade social, mas também uma oportunidade de criar uma conexão genuína com os consumidores e de fomentar um ambiente mais justo e igualitário para todos.